ANO JUBILAR DA FAMÍLIA DOROTÉIA
DE SANTA PAULA FRASSINETTI
Celebrado de 1 de Março a 12 de Agosto
de 2009
Gênova, Itália, 3 de março de 1809. Neste dia, nasce Paula
Ângela Maria, terceira filha do casal João Batista Frassinetti
e Ângela Viale. Mais quatro irmãos compõem a Família: José,
Francisco, João e Rafael. Paula é batizada no mesmo dia de seu
nascimento, na Igreja de Santo Estevão, sendo consagrada a Maria,
no Santuário della Madonetta.
Aos nove anos de idade, com a morte da mãe, Paula assume, juntamente
com uma tia, a responsabilidade pela casa paterna.
Dotada de inteligência aguçada, Paula é educada por seu pai
e irmãos. Com eles, estuda em casa, demonstrando especial talento
para a Filosofia e a Teologia, fato raro em moças, naquela época.
Autodidata, Paula preserva, por toda a vida, uma forte intuição
educativa, aliada a raro bom senso e criatividade.
O ambiente familiar apresenta forte influência masculina: João
Batista Frassinetti incute, nos filhos, profundo sentido cristão
de vida. Provavelmente, por essa razão, os quatro irmãos de
Paula seguem a vocação eclesiástica. O mais velho, José, torna-se
sacerdote de renome e funda a Congregação dos Filhos de Maria
Imaculada.
Paula demonstra, desde pequena, imensa força de vontade para
enfrentar desafios, superando sempre a timidez e os obstáculos
que surgem. Aliando coragem e devotamento, revela um temperamento
singular em que se equilibram a força e a ternura; a firmeza
de caráter e a compreensão compassiva do Outro; a inteligência
sofisticada e o gosto pelas coisas simples.
A região de Gênova, Quinto e arredores era especialmente consagrada
a Maria.
Tal contexto imprime marcas indeléveis em Paula Frassinetti.
Suas raízes estarão sempre sedimentadas na terra natal, sob
as bênçãos de Maria.
Alguns fatos ocorridos, ao longo de sua vida, distinguem-na
do comportamento habitual da maioria das pessoas. Ainda bem
jovem, demonstra extraordinária coragem por ocasião de um terremoto
em Gênova: mostra-se surpreendentemente calma e tranqüila, enquanto
os demais, ao seu redor, são tomados por forte temor e natural
ansiedade.
Em 1827, José, seu irmão mais velho, é nomeado pároco da aldeia
de Quinto, nas proximidades de Gênova. O clima de Quinto, próximo
ao mar, faria bem à saúde de Paula.
Sensibilizada pelas necessidades da população local, Paula apressa-se
em fundar, com o auxílio do irmão, uma escola paroquial destinada
a crianças pobres. Enquanto alfabetiza, ensina costura e bordado,
além de desenvolver notável trabalho de evangelização. Paula
não atua sozinha, mas envolve um grupo de moças que a auxiliam.
Dentre elas, está Mariana Danero, amiga fiel, que a acompanha
até o final de sua vida.
Com esse pequeno grupo, Paula Frassinetti funda uma comunidade
religiosa, em 12 de agosto de 1834, dia consagrado a Santa Clara.
A Congregação denomina-se, a princípio, Filhas de Santa Fé.
Nessa época, chega, em visita a Gênova, o Conde de Passi. Como
sacerdote, vem implantando comunidades apostólicas chamadas
Santa Dorotéia. Padre Passi encontra, em Quinto, as religiosas
ideais para executar o projeto de sua instituição. Paula reconhece,
no convite do Conde de Passi, um desígnio divino. A partir de
então, o antigo Instituto das Filhas de Santa Fé passa a denominar-se
Irmãs de Santa Dorotéia.
Apesar do trabalho incessante, a comunidade de Paula Frassinetti
opta por viver em regime de austeridade e pobreza extrema. Nessa
fase, o Senhor João Batista Frassinetti, discordando das condições
de vida da filha e,movido pelos sentimentos de amor e proteção
paternos, intervém, exigindo que Paula retorne à casa da família.
As atividades das Irmãs de Santa Dorotéia são, assim, temporariamente
suspensas.
Obediente aos desejos do pai, mas perseverante em sua vocação,
Paula retoma tempos depois, e em melhores condições, seu trabalho.
A obra das Irmãs de Santa Dorotéia cresce: são abertos, pelas
religiosas, novos colégios. Iniciando em Gênova, logo chegam
a Roma, com a Casa de Santo Onofre. Fundada em 1844, torna-se,
mais tarde, a Casa Geral do Instituto.
Paula elabora então, de próprio punho, o Estatuto das Irmãs
de Santa Dorotéia, à semelhança das religiosas francesas do
Sagrado Coração. Inspira-se nas regras de Santo Inácio de Loyola,
fundador da Companhia de Jesus.
Estabelecida em Roma com seu Instituto, Paula recebe, pela primeira
vez, a bênção papal, representando a aprovação e o estímulo
para sua obra, concedida pelo Papa Gregório XVI.
A partir dessa Audiência Papal, inicia-se uma convivência estreita
de Paula Frassinetti com os Santos Padres. De Gregório XVI,
passando por Pio XI até Leão XIII, ela foi sempre agraciada
com paternal apoio por parte dos sumos pontífices. Por várias
vezes, é por eles visitada nas casas do Instituto. Do Vaticano,
chegam-lhe delicados presentes. Até guloseimas são enviadas
às alunas. Em 1848, inicia-se, na Itália, período de extrema
convulsão política e social. São revoluções civis, invasão pelo
exército francês e proclamação da República Italiana.
A instabilidade política se prolonga e atinge, de modo especial,
os católicos, com a Lei da Supressão das Ordens e Congregações
Religiosas.
Nesse período, Paula enfrenta, com a habitual firmeza, imensos
desafios. Intensos bombardeios atingem a região, forçando a
dispersão de algumas casas.
Suporta também infâmias e calúnias contra seu Instituto. Ao
longo de sua vida, em várias circunstâncias, revela-se a têmpera
vigorosa e a firmeza de caráter de Paula
Frassinetti, bem como sua inquebrantável confiança em Deus.
Diversas são as circunstâncias em que se comprovam os desígnios
divinos, na vida de Paula Em 1835, quando a cólera grassa de
forma devastadora e mortal, na Itália, Paula coloca-se, com
suas irmãs, a serviço dos doentes. Nenhuma de suas irmãs ou
alunas é atingida pelo mal.
Em 1839, a casa das Irmãs, em Rivarolo, é atingida por terrível
tempestade, seguida de inundação. Paula parte em socorro das
companheiras, em meio ao temporal. O condutor da carruagem,
ao ver um dique romper-se às suas costas, após sua passagem,
teve a certeza de que conduzia uma santa.
Em viagens marítimas de grande risco, as Dorotéias e João, irmão
de Paula, percebem uma especial proteção dos Céus. Em 1848,
em Gianícolo, nas proximidades do Vaticano, em meio a intenso
tiroteio, o Colégio não é atingido. Fatos como esses contribuem
para aumentar a confiança daqueles que se comprometem com os
ideais apostólicos de Paula.
Muito cedo, a força de sua ação evangelizadora é reconhecida:
novas casas se difundem na Itália. O vigor de seu trabalho ultrapassa,
então, os limites iniciais e chega, em 1886, ao Brasil, com
a fundação de Olinda; logo depois é a vez de Portugal. Daí por
diante, a expansão do Instituto das Irmãs de Santa Dorotéia
ocorre, incessantemente, ao redor do mundo, atingindo todos
os continentes.
Em 11 de junho de 1882, aos 73 anos, Paula Frassinetti morre
em Roma, sendo sepultada no Cemitério de São Lourenço. Em 1903,
realiza-se a exumação de seu cadáver, medida usual para a transferência
dos restos mortais para Santo Onofre. Seu corpo é encontrado
em estado de perfeita conservação. Três anos depois é reaberta
a urna funerária: o corpo de Paula continua incorruptível. O
Vaticano exige provas materiais desse fato. Submete o cadáver
a testes e ensaios químicos, inclusive submergindo-o em ácido.
Em 1906, o corpo intacto de Paula Frassinetti é transferido
para a Capela da Casa Geral de Santo Onofre, em Roma. Desde
então, lá se encontra, exposto à visitação pública em urna de
cristal, doada pelas alunas brasileiras.
É farta a documentação que se reuniu para comprovação dos vários
milagres obtidos por intercessão de Paula Frassinetti. Segue-se,
a partir de 1891, um processo no Vaticano para o reconhecimento
de sua santidade. Em 8 de junho de 1930, é beatificada, e reconhecida
como santa pela Igreja, em 11 de março de 1984.
Fonte:http://www.santadoroteia.com.br/santapaula/
Oração para o Ano Jubilar da
Família Dorotéia de Santa Paula Frassinetti.
Neste Ano Jubilar,nós te agradecemos, ó Deus,
a nossa fundadora, Paula Frassinetti,
mulher de fé audaz na busca apaixonada
de tua vontade para construir o Reino.
Nós te agradecemos, ó Deus, a simplicidade de Santa Paula,
que passou pela Terra em bicos de pés, e que,
pela “via do coração e do amor” educou com suavidade e firmeza.
Nós te agradecemos, ó Deus todas as nossas Irmãs
e todos os que transmitiram e mantiveram vivo, até hoje,
o espírito de Santa Paula.
Nós te agradecemos, ó Deus, a força do carisma de Paula
que suscitou em tantos corações entusiasmo e adesão para formar
conosco a grande família doroteia que hoje somos.
Nós te agrademos ainda, ó Deus, todas as pessoas que
deixaram rasto de vida em nós e nos convidam a dar e receber,
ontem, hoje e sempre.
Amém.
FalkenNews
antecipando a informação